Há 17 anos atuo na área de Psicologia Clínica e Social passando por espaços como a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, e Centros de Defesa de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, Caritas Brasileira (migração e refúgio) entre outros, onde pude adquirir experiência e desenvolver trabalhos nas áreas, clínica e social, tanto como psicóloga quanto como coordenando espaços e projetos. Fiz parte ativamente de espaços de incidência política, o que me permite entender, discutir e organizar, o funcionamento individual e de massas, a subjetividade humana como um todo e em partes.
Em todos estes anos atuando na área de Direitos Humanos, realizei atendimento clínico a públicos vulneráveis diversos, como mulheres vítimas de violência, vítimas de violência do Estado (mães e familiares que perderam os filhos assassinados), vítimas de abuso, dependência química, problemas decorrentes do refúgio (rupturas de projetos de vida, da família e da cultura de origem). Além disso, pude aprofundar meus conhecimentos, principalmente aguçar a análise sociopolítica na militância em prol da vida.
Fiz muitos trabalhos de articulação com a rede de Saúde, fazendo parte de Conselho Gestor de Saúde, de Comissão de Obras das UBS's da região da Zona Leste de São Paulo, do Movimento Popular de Saúde, das articulações para garantia de Direitos em Saúde, em diálogos com toda a gama hierárquica como, Supervisão de Saúde e Secretaria de Saúde. Tempo fundamental para aprofundar o que Freud já entendia em 1918:
"Criarão-se então instituições médicas em que haverão psicanalistas encarregados de conservar capazes de resistência e rendimento, os homens que, abandonados a si mesmos, se entregariam à bebida, as mulheres próximas a derrubarem-se sob o peso das privações, e as crianças, cujo único porvir é a delinqüência ou a neurose"(Freud, 1918)
Ou seja, o tratamento em saúde mental deve ser acessível a todos, claro, considerando que este necessite dele.
Assim aprofundei meus conhecimentos voltando-me aos estudos psicanalíticos, e em minha caminhada profissional sempre busquei projetos de aprendizagem, que tem sua base na troca simbólica, que possam facilitar aos indivíduos a serem protagonistas de mudanças que efetivamente transformem o meio social.