Na busca pelo entendimento e auxílio às complexidades da mente humana, autorizo-me a adotar como método a Psicanálise e a Psicoterapia Analítica. Reconheço as controvérsias que cercam esses termos e concordo com diversos autores que afirmam: se uma técnica é fundamentada nos princípios psicanalíticos, ela será sempre considerada psicanálise, independentemente das adaptações que possa assumir ao longo do tempo.

Em minha prática clínica, especialmente na esfera social, a Psicoterapia Analítica tem sido o método mais acessível e eficaz, levando em consideração as peculiaridades do setting e as condições dos pacientes que atendo. No entanto, meus estudos e formação continuada seguem a tradição da psicanálise clássica. Esta abordagem, rica e complexa, merece e demanda um investimento profundo, proporcionando-me a base sólida e o conforto necessário para conduzir os trabalhos clínicos com segurança e sensibilidade.

A psicanálise clássica não apenas fornece um arcabouço teórico robusto, mas também oferece um espaço de reflexão profunda e compreensão das dinâmicas inconscientes que permeiam o ser humano. Ao mergulhar nesse universo intrincado da mente, sou capaz de acompanhar meus pacientes em suas jornadas individuais de autoconhecimento, transformação e cura.

Assim, comprometo-me a seguir explorando e aprofundando meu conhecimento na psicanálise clássica, enquanto continuo aplicando os princípios fundamentais dessa abordagem em minha prática clínica, proporcionando um espaço seguro e acolhedor para o crescimento pessoal e emocional daqueles que buscam auxílio.

MÉTODO E ABORDAGENS

Freud já em 1904 quando afirma que a psicanálise é uma psicoterapia, considera o contexto de sua época quando este termo pertencia a medicina, mas já se opondo aos métodos físicos, onde sugeria a psicoterapia ao tratamento das neuroses, por meio de uma conversa terapêutica, eliminando a hipnose deste contexto. Chegamos ao contexto de nossa época onde o termo psicoterapia inclui inúmeras técnicas que se distanciam muito da psicanálise clássica, por retirar ou se opor técnicas e conceitos essenciais a esta.  

"…É evidente que uma das diferenças fundamentais entre a psicanálise e as terapias não-psicanalíticas consiste no fato de empregar-se ou não a metapsicologia freudiana, ou de origem freudiana, para compreender o processo terapêutico. Mas a psicanálise não é só a metapsicologia; ela possui um método clínico que, na História do Movimento Psicanalítico (1914), Freud caracterizou por quatro elementos: o inconsciente, a interpretação, a resistência e a transferência. Estes quatro elementos são essenciais para que um trabalho clínico possa ser chamado de psicanálise.

Se uma forma qualquer de trabalho clínico não os emprega, não deve ser chamada de psicanálise. É para toda esta vasta gama de procedimentos que julgo adequado utilizar a designação de psicoterapias…" (Renato Mezan - Instituto Sedes Sapientiae, Departamento de Psicanálise PUC, SP )

Sugestão para aprofundamento:

De modo mais radical que a idéia de uma continuidade entre as técnicas, Aisenstein (2001) defendeu a não existência da psicoterapia psicanalítica. Para a autora, se uma técnica é baseada nos princípios psicanalíticos, ela será sempre psicanálise, independentemente das flexibilizações que possa assumir. 

Waska (2006), por sua vez, afirmou que a diferenciação entre psicanálise e psicoterapia psicanalítica segue argumentos circulares e políticos de um cabo-de-guerra teórico, caracterizando esta diferenciação como teórica e não clínica. Afirma que a frequência, o diagnóstico, ou o uso de divã são facilidades externas para um processo de exploração analítica, e o objetivo do tratamento, independente da configuração, é o mesmo: estabelecer uma investigação sobre as defesas, fantasias e conflitos internos do paciente.

Outras visões: